Olá pessoal, estamos aqui para contar como foi o 1º Festival de Graffiti do Vale do Paraíba na Cidade de Paraibuna-SP.
O Coletivo Muros que Gritam... foi convidado para participar do evento há uns dois meses atrás. Para o coletivo foi prometido material (Tinta Spray) para realizar seus trabalhos assim como espaço marcado para o produção. Após o convite, de imediato alguns integrantes do Coletivo fizeram suas inscrições no site do evento e depois de um tempo foi publicado os nomes dos participantes. Ao todo eram mais de 150 grafiteiros/as convidados (do Brasil e de alguns países), dentro da proposta do projeto - realizado e elaborado pelos organizadores - e o nome de duas pessoas constavam nesta lista.
Pois bem, o grupo chegou na cidade de Paraibuna por volta das 9:30hrs da manhã (01/05). Ao chegarem no local o coletivo recebeu a notícia de que os materiais tinham ACABADO. Todos ficaram assustados com a informação pois a proposta não era chegar na cidade e fazer os trabalhos com apenas os materiais próprios, mas mesmo assim o grupo foi para o muro com a intenção de não estender a estadia na cidade e fazer rapidamente a pintura.
Um dos grafiteiros presentes no evento - de outro Estado - acompanhou o coletivo até o espaço onde seria pra pintar, até então o coletivo ficou impressionado com a organização do evento:
"Nossa, mas como assim! Prometeram que vocês teriam o espaço e também o material. Como assim acabou tudo?" Todyone.
Porém isso não foi o fim, afinal foi o começo de uma situação que o coletivo passou e estamos aqui para registrar e mostrar que nem tudo é tão maravilhoso assim, pelo menos não foi como o MQG... esperava e vivenciou na pele uma situação desjeitosa e sem respeito.
"Quando começamos a pintar no muro não havia muitas pessoas assim" Italo Mo.Fya. Realmente não havia nenhum trabalho sendo desenvolvido no espaço que foi "dado" para o grupo pintar. Conforme o tempo foi passando as pessoas foram chegando. Antes de começar a pintar o grupo fez uma conversa para tentar desenvolver uma proposta, porém como o clima já estava bem difícil - por falta da responsabilidade dos organizadores - a proposta decidida foi:
"Vamos fazer e interagir com o que vimos e sentimos" Renato Ursine.
Por causa deste trabalho, a seguir:
O grupo foi questionado por ter feito este Graffiti.
Então vamos lá.
A intervenção apresentada mostra uma manifestação artística que o Coletivo MQG... realiza nas ruas assim como em outros lugares. O grupo acredita que, na fala de um deles: "... afinal de contas a Liberdade de Expressão é um Direito Constitucional de qualquer cidadão, não é mesmo?" Vander xCHEx. Mas infelizmente não foi isso que aconteceu.
Após o término deste trabalho, o artista e grafiteiro Todyone (autor do Graffiti) foi procurado por um dos organizadores do evento e recebeu a informação que algum Vereador da Cidade de Paraibuna - não soubemos informar o nome do Vereador - entrou em contato com ele e pediu para RETIRAR o nome do Partido Político que estava descrito na parede. Um motivos era que:
"Isso pode prejudicar o Andamento do evento..." nas falas de um dos organizadores do evento com o grafiteiro Todyone. Durante este bate papo, algumas pessoas da comunidade passavam em frente do muro, paravam em frente ao trabalho para tirarem uma fotografia ou passavam para perguntar sobre o porque ter o Serra representado daquela forma. A resposta que o coletivo dava era de que: "Aqui é a nossa mensagem a manifestação artística em cima das situações que vivemos no dia-a-dia. Poderíamos fazer de outra pessoa ou de outra personalidade pública, porém esta é a forma de questionarmos algumas situações e provocar as pessoas para refletirem em seus atos e ações"
E foi exatamente isto que aconteceu.
E foi exatamente isto que aconteceu.
Antes de terminar.
Após o término.
No decorrer do dia muitos carros começaram a passar onde o grupo estava reunido, a todo instante os carros paravam, apontavam, comentavam e até perguntaram se eles eram CONTRA ao partido, a resposta foi:
Sim!
Com certeza assumir uma postura política e também manifestar esta mesma situação em locais públicos foi próximo da situação de cometer um crime, uma violência sem limites. O grupo se sentiu pressionado a APAGAR o que foi escrito e desenvolver outra frase - da qual perderia todo o pensamento e também a mensagem que estava ali representada. Nós apagamos e a calma voltou ao espaço, os carros pararam de passar e tudo estava tranquilo. Mas antes de irem embora, o coletivo voltou a escrever a mesma frase: PSDB FIGHTER.
A luta esta em todos os cantos, os gritos são diversos e os desesperos imensos. A cada lugar que você vai sempre encontrará uma situação boa, para poucos, e ruins para a maioria. A Arte deve ser feita e dialogada para além de quem cria, para além de quem formaliza tem que ir para o povo que vive, sofre, chora, reclama, acorda cedo, enfim para quem vive na pele a realidade em seu mundo, em seu espaço. Produzir protesto é fácil, porém segurar as represálias são para poucos.
Gostaria de dizer que nós apoiamos este coletivo e também estamos aqui para registrar os fatos inusitados que acontecem com os coletivos, grupos assim como situações boas e maravilhosas. O importante é colocarmos pra fora o que sentimos e transmitir isto para quem estiver disposto a OLHAR, REFLETIR, COMENTAR, ARGUMENTAR, CRITICAR E APRENDER.
Texto: Vander xCHEx.
Fotos: Renato Ursine, Carla Soares e Alzamir Externand.
o importante é gritar e causar reflexão...
ResponderExcluirforça muros que gritam...
É exatamente isso Alan Alvico, quanto mais o coletivo estiver unido não será corrompido.
ResponderExcluirOs muros gritaram!
ResponderExcluirFoda!
ResponderExcluirEstaremos sempre na linha politico podre será exposto indiferente do partido...pois politica requer moral e cidadania,,,vamos dizer sempre não a Repressão.
ResponderExcluirNão a Repressão. MQG...continuem expressando suas ideias e fazendo as pessoas refletirem e questionarem por onde passam.
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